segunda-feira, 21 de julho de 2008

DESABAFOS

por Lurdes Barata - Segunda, 21 Julho 2008, 16:34
Do João Alexandre Melo, de 2004, deixo-vos:
DESABAFOS

Paisagens frias de rios crus, que voam sobre um mar de vento;
É triste, mas vai na alma de quem sente, um fogo suave e puro
como a pedra,
Pedra de terra firme; tão firme que se desfaz ao mais pequeno
grito de aflição,
Uma ruína de tentação envolvida num espaço de pureza abstracta,
Não será disso que se trata? Pureza abstracta?
Longe se sonhou com a certeza dos pensamentos, e se aprendeu com
a coragem do ser.
Avancemos olhando para trás como alguém que só vislumbra o
Longínquo horizonte.
Assim crescemos, nascemos, sentimos o verso do que não rima, a chama do que não arde, o mar do deserto; o frio do calor, a chuva sem nuvem.
Estranho?
Não! É a vida, o homem, o mundo, a guitarra sem cordas,
a noite de luz, o sol da escuridão, a estrela aos pés.
É o ser ...tão forte quanto Roma,
tão fraco como uma pena caída no chão que se
pergunta infinitamente porque não voa sozinha!
Num manto de vida se cai, mas dele se levanta para toda a sua
eternidade.
Bastou o sorriso.



Um abraço.
Lurdes Barata

Sem comentários: