domingo, 2 de novembro de 2008

A FEDERICO GARCIA LORCA

Sobre o teu corpo, que há dez anos
se vem transfundindo em cravos
de rubra cor espanhola,
aqui estou para depositar
vergonha e lágrimas.

Vergonha de há tanto tempo
viveres - se morte é vida -
sob o chão onde esporas tinem
e calcam a mais fina grama
e o pensamento mais fino
de amor, de justiça e paz.

Lágrimas de nocturno orvalho,
não de mágoa desiludida,
lágrimas que tão só destilam
desejo e ânsia e certeza
de que o dia amanhecerá.

1 comentário:

Amélia disse...

Partindo do pressuposto que é seu o poema, mas independenetemte disso, é um belo poema dedicado a Lorca.Um abraço